Polêmica
Caso de agressão na Casa do Adolescente é denunciado em Canguçu
Adolescente acusa coordenadora e cuidadora do local de agressões físicas e verbais; conforme relatos, mulheres continuam exercendo suas atividades normalmente
Foto: Divulgação - DP - Caso ocorreu na Casa da Criança e do Adolescente de Canguçu
A coordenadora e uma cuidadora da Casa da Criança e do Adolescente estão sendo acusadas de cometer agressões físicas contra uma interna de 14 anos. O caso foi registrado em um Boletim de Ocorrência (B.O) e denunciado ao Ministério Público (MP) no dia 26 de outubro. Mesmo assim, as servidoras estariam cumprido suas atividades normalmente, sendo uma delas em função gratificada. A coordenação do Conselho Tutelar pede providências da prefeitura e do MP para que as mulheres sejam afastadas durante a investigação. A questão também foi pautada na Câmara de vereadores.
De acordo com o B.O efetuado na 18ª Delegacia de Polícia Regional do Interior de Canguçu, pela assistente social que ouviu os relatos de agressões, o caso ocorreu no dia 19 de outubro. No registro é detalhado que em razão da interna estar se alimentando fora do refeitório, o que seria uma quebra de regra da casa, uma cuidadora haveria desferido socos em sua cabeça como repreensão. Diante disso, a menina teria começado a gritar, o que fez com que a coordenadora entrasse no cômodo. Entretanto, ao invés de parar as agressões, a gestora teria apertado o pescoço da adolescente e a sufocado com um travesseiro. Além disso, a menina diz que a coordenadora sempre a tratou com desprezo, a chamando de "gorda" e "bicho".
O Conselho Tutelar também esteve presente durante a realização do B.O. De acordo com o coordenador do órgão, Augusto Pinz, após o registro, no mesmo dia foi apresentada denúncia ao Ministério Público e posteriormente ao poder judiciário do Município. "Porém não foi acatado até o momento, o que causa extrema preocupação ao Conselho e à rede de atendimento já que é a segurança da que fez a denúncia e dos demais já que as suspeitas seguem atuando na casa da criança e do adolescente", diz. Pinz destaca que a coordenadora ocupa o cargo por indicação do Executivo. "Ela tem um FG (Função Gratificada)".
O Conselheiro relata ainda que depois do período de denúncias, a menina foi levada de volta para a Casa devido a uma confirmação do secretário de Assistência Social e Direitos Humanos, Cristian da Cruz, de que a coordenadora havia sido afastada. Entretanto, ao chegarem a mulher estaria no local. "O afastamento foi só naquela noite, na manhã seguinte a Prefeitura deixou a gestora, suposta agressora, retornar para casa com a adolescente lá".
Diante da situação, Pinz alega que a coordenadora teria sido remanejada para o setor de cuidado com as crianças, mas o convívio com a adolescente ainda prosseguiria já que a Casa é a mesma, sendo os ambientes separados apenas por uma cozinha. "Ou seja, todos os dias ela está tendo contato com a menina que denunciou ela". Já no caso da cuidadora, as escalas também teriam sido modificadas. "Na verdade eles fizeram ações para justificar no papel, porém na prática não mudou nada", ressalta.
Desdobramentos na Câmara
O caso foi também foi pautado na sessão ordinária de ontem da Câmara de Canguçu. Ao subir na tribuna o vereador Jardel Oliveira (PSDB) iniciou sua fala destacando que abordaria uma "denúncia gravíssima". Assim como o Conselho Tutelar, o parlamentar cobra uma posição da prefeitura quanto à situação. "Foi em 26 de outubro e o executivo parece que não está preocupado com isso". Oliveira sugeriu ainda a suspensão da reunião para a convocação do secretário de assistência social.
A ocorrência também será analisada em reunião na manhã de hoje no Conselho da Criança e do Adolescente (Comdica).
MP e outras partes
Questionado sobre o caso, o Promotor de Justiça, Márcio Ferreira, diz que devido ao andamento da investigação e da demanda judicial os detalhes não podem ser divulgados. "Mas como toda situação em que há alegada irregularidade/ilegalidade, o Ministério Público vai investigar e requerer punição de eventuais culpados".
A reportagem entrou em contato com a coordenadora acusada, com o secretário de Assistência Social e com o prefeito de Canguçu, Vinicius Pegoraro (MDB), mas nenhuma das partes respondeu.
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